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Exame Papanicolau pode detectar outras doenças além do câncer de colo do útero

Postado em 25/abr/2022

Popularmente conhecido como exame de rastreio para detecção do câncer de colo do útero, o exame preventivo ou Papanicolau também pode identificar outras doenças. A presença do vírus HPV e de infecções ginecológicas como a candidíase, clamídia, gonorreia, sífilis, tricomoníase e gardnerella, presença de nódulos ou cistos, são facilmente reveladas.

É um exame que deve ser prioridade para todas as mulheres sexualmente ativas com idade entre 25 e 64 anos. O preventivo é a principal estratégia para detectar lesões precocemente e fazer o diagnóstico da doença bem no início, antes que a mulher tenha sintomas. “O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada”, esclarece o médico ginecologista e obstetra Dr. Carlos Lisboa.

Quando detectado a existência do vírus HPV, infecções ou inflamações vaginais, o médico analisa a condição da paciente e qual o melhor tratamento para o caso.

A realização periódica deste exame que pode ser feito até mesmo em gestantes, sem prejuízo para a saúde dela ou a do bebê, é a principal forma de manter em dia a saúde íntima da mulher. “O mais comum é a mulher procurar um ginecologista quando está com algum sintoma, o problema é que algumas doenças podem não apresentar sintomas iniciais, e quando aparecem, o caso já é grave ou pode ser tarde demais para o tratamento. Por isso, é importante as visitar periódicas ao médico ginecologista”, afirma.

Como é feito o exame?

 

O exame é feito basicamente em quatro passos:

1 – Coleta: é introduzido um instrumento chamado espéculo na vagina (conhecido como “bico de pato”, devido ao seu formato);

2 – Avaliação: o médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;

3 – Mostragem: a seguir, o profissional provoca uma pequena escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;

4 – Análise: as células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório especializado em citopatologia.

Para o exame é necessário que a mulher não tenha relações sexuais 48 horas antes, evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais, durante esses dois dias anteriores. Além disso, não pode estar menstruada.  

Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos em pacientes vacinadas para HPV.

Doenças rastreadas pelo exame

 

HPV: o vírus HPV (Papilomavírus Humano) infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), provocando verrugas anogenitais e câncer, a depender do tipo de vírus.

Candidíase: infecção causada pelo fungo Candida que afeta órgãos genitais femininos, levando à vermelhidão, dor e coceira vaginal. Também se manifesta em homens.

Clamídia: doença sexualmente transmissível que pode afetar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o feto. Entre os sintomas estão dor ao urinar, presença de secreção fluída e aumento no número de micções.

Gonorréia: infecção bacteriana de transmissão quase que exclusiva através de contato sexual ou perinatal. Primariamente afeta membranas mucosas do trato genital inferior, e mais raramente, as mucosas do reto, orofaringe e conjuntiva.

Sífilis: infecção Sexualmente Transmissível (IST). Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).

Tricomoníase: assim como a sífilis é uma IST que se não tratada pode facilitar o aparecimento de outras doenças que podem levar a infertilidade.

Gardnerella: bactéria que provoca a vaginose bacteriana, uma infecção que acontece na região da vagina.

 

Assessoria

(Movimento Saúde)

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