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Postado em 27/out/2021
Em outubro tudo fica rosa e as atenções são voltadas para um assunto em específico: o câncer de mama, que acomete não apenas mulheres, mas também homens, mesmo que em número bem menor. No entanto, ainda que sejam feitas campanhas todos os anos, as dúvidas continuam, e entre elas, saber se o câncer de mama é hereditário, ou seja, pode “passar” de um familiar para o outro através da genética.
O câncer de mama, assim como os demais tipos de cânceres, ocorre devido a uma alteração genética, que pode acontecer ao longo da vida, por fatores externos, como estilo de vida e ambiente, e também pode ser herdada dos pais. Mesmo não sendo a forma mais comum de aparecimento em mulheres, o câncer de mama pode, sim, ser hereditário.
A médica oncologista clínica, Dra. Isabella Morais Tavares Huber (CRM 27.671) explica que cada diagnóstico é único e precisa ser analisado em sua particularidade. “A avaliação da etiologia hereditária de um tumor depende de uma série de fatores, entre eles a realização do aconselhamento genético e aplicação de modelos de risco com a finalidade de avaliar de forma objetiva quais as chances reais do desenvolvimento de um câncer. Entre os casos diagnosticados de neoplasia de mama, aproximadamente 10% são decorrentes de mutações patogênicas em genes específicos, como BRCA1, BRCA2, PALB2, CDH1, TP53, PTEN e outros. Os testes genéticos podem revelar estas informações, que são extremamente valiosas para a personalização de estratégias de redução de risco de um câncer e até mesmo serem úteis para o tratamento oncológico propriamente dito”, esclarece.
Características de hereditariedade
Casos diagnosticados em idade precoce (antes dos 50), surgimento de mais de uma neoplasia na mesma pessoa, ou quando o câncer acomete as duas mamas, independentemente da idade. Ou ainda, casos em que outros membros da família apresentam neoplasia e múltiplas gerações com diagnóstico de câncer, são características de câncer hereditário.
De acordo com o médico oncologista clínico Dr. Rodrigo Barbosa (CRM-PR: 24300 | RQE: 19081), ter parentes em primeiro grau com câncer de mama, ovário, pâncreas ou próstata indicam risco aumentado para o desenvolvimento da neoplasia. Também é importante saber se o familiar que tem o tumor apresenta alguma mutação genética hereditária. “Um teste genético irá mostrar se familiares desse paciente têm chances de também ter câncer. Se o resultado do teste for positivo para a mutação, não significa, necessariamente, que a pessoa terá câncer, apenas que tem mais riscos”, analisa.
O especialista orienta que, ao saber da presença da mutação, o paciente procure um médico oncologista para uma rotina personalizada de exames e medidas preventivas. “O resultado do teste não é uma sentença e, sim, uma oportunidade de cuidar da saúde com mais atenção”, pondera.
Foto - Hudson Fernando/divulgação